O livro – objecto expandido

Este é um objecto que teve várias encarnações. Começou por ser uma maqueta produzida em InDesignque, à semelhança do livro vermelho de Mao Tse-tung,se configurava como um livro de regras. Hoje é um livro-objecto, único, sendo esta a sua materialização mais feliz.
Na construção deste dispositivo de leitura/exposição procurou-se amplificar o conteúdo performativo da série original. Constituindo, assim, este objecto uma simbiose entre  invólucro e conteúdo , não se distinguindo um do outro. Como metodologia de construção do artefacto criou-se uma nova série fotográfica com imagens que incluíam o texto, com a função de unir o projecto inicial ao objecto contentor ( o livro-objecto), sendo estes (nova série e livro) uma reflexão sobre o sentido do trabalho inicial.

Este é um acto performativo praticado em dois movimentos com regras auto- irmpostas que refletemas leis da paisagem ou, se quisermos, as marcas e imposições da sua ocupação. O acto fotográfico, ao contrapor-se a estes parâmetros também fotográficos,remete-nos para as caraterísticas reinterpretativas que a fotografia sempre tem.

Esta exposição espacializa o objecto não só pela expansão da sua condição de codex, mas igualmentepala projeção dos seus materiais na galeria. A narrativa do livro é agora a narrativa do espaço. Já como acontecia com o livro, esta exposição coloca-nos no centro da obra ou, neste caso, no seu espaço internoque é o centro deste cubo branco.
Nesta obra auto-reflexiva de pendor existencial cabe ao leitor o papel empenhado de construir significados a partir do visionamento activo do dispositivo-expositivo.